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Desconcentração da Atividade Industrial

Função de fatores históricos e de novos investimentos em infraestrutura de energia e transportes , entre outros , o parque industrial brasileiro vem se desconcentrando e apresenta uma maior dispersão espacial dos estabelecimentos industriais em regiões historicamente marginalizadas. Embora desde o inicio do século XX o eixo São Paulo-Rio de Janeiro seja responsável por mais de metade do valor da produção industrial brasileira, até a década de 1930 a organização espacial das atividades econômicas era dispersa. As atividades econômicas regionais progrediam de forma quase totalmente autônoma. A região Sudeste, onde se desenvolvia o ciclo do café, quase não interferia nem sofria interferência das atividade econômicas que se desenvolviam no Nordeste (Cana, tabaco, cacau e algodão) ou no Sul (carne, indústria têxtil e pequenas agroindústrias de origem familiar). As indústrias de bens de consumo , a maioria ligada aos setores alimentícios de bens de consumo, a maioria ligada aos setores alimentício e têxtil , escoavam a maior parte da sua produção apenas em escala regional. Somente um pequeno volume era destinado a utras regiões , não havendo significativa competição entre as empresas instaladas nas diferentes regiões do país , consideradas até então arquipélagos econômicos regionais. Com crise do café e o impulso à industrialização , comandada pelo Sudeste , esse quadro se alterou. A oligarquia agrária do setor cafeeiro deslocou investimentos para o setor industrial implantado, principalmente em São Paulo, fábricas modernas para os padrões da época. O governo federal , presidido por Getúlio Vargas , promoveu a instalação de um sistema de transportes integrando os arquipélagos econômicos regionais.

Houve uma invasão de produtos industriais do Sudeste nas demais regiões do país , o que levou muitas indústrias, principalmente nordestinas, à falência. Assim , com a crise do café , iniciou-se o processo de integração dos mercados regionais , comandado pelo centro econômico mais dinâmico do país, o eixo São Paulo-Rio de Janeiro.
Além de terem se iniciado com mais força no Sudeste , as atividades industriais tenderam a concentrar-se nessa região por causa de dois fatores básicos: - A complementariedade Industrial: As industrias de autopeças tendem a se localizar próximo às automobilísticas , as petroquímicas , próximo às refinarias. - A concentração de investimentos públicos no setor de infra-estrutura industrial: Pressionado pelos detentores do poder econômico , os governantes  costumam atender ás suas reivindicações .
O governo gastaria menos  concentrando investimentos em determinada região em vez de distribuí-los pelo território nacional, sobretudo no início do processo de industrialização , quando os recursos eram mais escassos. A primeira grande ação governamental para dispersar o parque industrial aconteceu em 1968, quando foi criada a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e instalado um polo industrial naquela cidade, o que promoveu grande crescimento econômico. A seguir, como resultado dos Planos Nacionais de Desenvolvimento dos governos Médici e Geisel, no final da década de 1970 e início da seguinte começaram a ser inauguradas as primeiras usinas hidrelétricas  nas regiões Norte e Nordeste : Tucuruí , no Rio Tocantins; Sobradinho , no São Francisco , e Boa Esperança , no Parnaíba. Quando o governo passou a atender ao menos parte  das necessidades de infraestrutura das regiões historicamente marginalizadas, começou a haver um processo  de dispersão do parque industrial pelo território, não apenas em escala nacional, mas regional.
Além da alocação de infraestrutura, ao longo da década de 1990 , as indústrias passaram a se dispersar em bisca de mão de obra mais barata e politicamente desorganizada, provocando a intensificação da guerra fiscal entre e municípios que reduzem impostos e oferecem outras vantagens , como doação de terrenos , para atrair empresas. Mesmo no estado de São Paulo, o mais equipado país quanto à infraestrutura de energia e transportes , historicamente houve maior concentração de industrias na Região Metropolitana de São Paulo. Atualmente, seguindo uma tendência já verificada em países desenvolvidos , ocorre um processo de deslocamento das industrias em direção às cidades m´dias do interior , que , por isso, apresentam índices de crescimento econômico superiores aos da Grande São Paulo. Isso é possível graças a grande desenvolvimento da informática e à modernização da infraestrutura de produção de energia , transporte e comunicação , criando condições de especializar em poucos setores da atividade econômica e a buscar em outros mercados (do Brasil ou do Exterior) as mercadorias que satisfaçam as necessidades diárias de consumo da população.

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