A Coroa portuguesa , como todos os demais Estados europeus,desenvolveu um conjunto de práticas e idéias econômicas voltadas à acumulação de riquezas em seu território, que se costuma definir como mercantilismo. A acumulação de moedas e de metais preciosos era compreendida, no século XVI, como principal indicador de prosperidade. Como não haviam descoberto minas em seus domínios americanos, os lusitanos lançaram mãos das atividades mercantis como instrumento de entrada de metais em seu reino. Assim, a exploração da Colônia e o tráfico de escravos faziam parte da estratégia do ESTADO português para manter índices positivos em sua balança comercial, ou seja, exportar mais e importar menos. O metalismo, como é definida acumulação de metais, a balança comercial favorável e a exploração das colônias constituíram os elementos característicos do mercantilismo português do período. Para garantir índices favoráveis na balança comercial, o Estado português procurava dificultar a entrada de produtos de outros reinos, protegendo o mercador interno com impostos sobre as mercadorias estrangeiras, numa prática denominada protecionismo. Outra forma era tentar participar, ainda de que forma indireta, do sucesso da exploração colonial espanhola. A prosperidade do império espanhol atraía os mercadores portugueses. Alem do contrabando que se realizava entre as capitanias do Sul e a região Platina, era comum a presença de mercadores lusitanos nos portos coloniais espanhóis. Estes, após intensa exploração da mão-de-obra indígena que dizimou milhões de nativos, necessitavam de braços para trabalhos das minas. Os portugueses, por sua vez, detinham diversos entrepostos e feitorias no continente africano e forneciam milhares de escravos aos conquistadores espanhóis. No interior da Península Ibérica , o comércio entre as duas Coroas também se intensificava. A prata americana, através das atividades mercantis , chegava regularmente aos mercantes lusitanos , e a economia ibérica , apesar das rivalidades, começava a articular-se. No entanto, as necessidades e práticas econômicas de Portugal, e também da Espanha , esbarravam nos limites da mentalidade aristocrática. Os setores artesanais e manufatureiros eram limitados tanto pela perseguição que se fazia contra os judeus como pela mentalidade que depreciava o trabalho manual. O preconceito racial e religioso estendeu-se a todos os plebeus que desenvolviam atividades mercantis e manufatureiras. A partir da metade do século XVI , muitos desses plebeus , mesmo os cristãos-velhos, foram acusados de praticas judaizantes e perseguidos pela Inquisição. A burguesia portuguesa tinham assim o seu crescimento duramente limitado pela sociedade hierárquica. Com isso, mercadorias produzidas na França, Inglaterra e Holanda- Estados que adotaram um tipo de mercantilismo voltado para o desenvolvimento mercantil aliado ao crescimento manufatureiro- conseguiram competir no mercado. No mercado português, apesar de todas as atribuições impostas. Mais ainda, a burguesia desses Estados fortalecia-se e conseguia acumular rendas e capitais necessários ao desenvolvimento econômico.
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